O Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura (PDLL), publicado em 2012, tem como objetivo "democratizar o acesso aos bens de leitura em todas as suas dimensões e aos espaços culturais do Distrito Federal pela ação permanente da Política Pública, de modo a mantê-los vivos, com uma pauta contínua de atividades a serviço das comunidades que os acolhem".
Esse plano se baseia em princípios norteadores que representam os pressupostos básicos sobre os quais o Plano se assenta, tendo sido construídos e sintetizados a partir dos princípios expressos no Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL) e nas concepções teóricas explicitadas por Paulo Freire. O interessante é a abrangência de segmentos que se busca atingir, como por exemplo, sistema prisional, letramento informacional e construção de sentidos. Segue abaixo os princípios:
Princípios
|
Concepções
teóricas
|
Leitura e Escrita como Práticas Sociais e Culturais
|
A leitura e a escrita são a expressão do esforço
de interpretação dos amplos contextos da vida e a manifestação da diversidade
humana, são partes distintas, mas inerentes a um mesmo fenômeno.
|
Cidadania e Direitos Humanos
|
A leitura e a escrita são direitos de todos e constituem condição necessária
à construção de uma sociedade democrática e plural, asseguradora do exercício
dos direitos fundamentais e promotora de cidadania.
|
Diversidade Cultural
|
A leitura e a escrita são fundamentais para
desenvolver plenamente o potencial de expressão dos indivíduos, bem como a liberdade
para fazê-lo, favorecendo toda a sorte de intercâmbio cultural, o alcance de
níveis educativos mais elevados, e o desenvolvimento social e econômico.
|
Construção de Sentidos
|
A leitura é concebida como um ato criativo de construção de sentidos,
que vai muito além da mera capacidade de decifrar os códigos da escrita e os
caracteres. É, na verdade, um processo complexo de compreensão e produção de
sentidos, sujeito a variáveis de ordem social, psicológica, fisiológica,
linguística, entre outras.
|
O Verbal e o Não-Verbal
|
A palavra escrita possui importância central,
contudo, não é desconsiderada a validade de outros códigos e linguagens, como
as da tradição oral e das novas textualidades que surgem com as tecnologias
digitais.
|
Tecnologias e Informação
|
A leitura precisa ser tratada dentro do diálogo com as variadas
tecnologias de gravação, entre as quais está situado o livro.
|
Biblioteca com Dínamo Cultural
|
A biblioteca assume a dimensão de seu um dinâmico
polo difusor de cultura e informação, aqui compreendida como um lugar cujo
significado vai muito além de um simples depósito de livros ou uma mera sala de
leitura. Ela deve existir enquanto centro de educação continuada, núcleo de
lazer, lugar de cultura, incentivando a perene criação e a completa fruição
dos diversos bens artístico-culturais.
|
Literatura
|
É extenso o universo de possibilidades de textos que podem servir ao
trabalho com a leitura. No entanto, os textos literários atraem sobre si uma
atenção especial devido ao enorme potencial de contribuição para a formação
do leitor. A literatura é capaz de atender à enorme necessidade de ficção e fantasia
humanas, possui natureza formativa e profunda capacidade afetiva, e pode oferecer
aos seus leitores um conhecimento mais íntimo e complexo do mundo.
|
Educação de Jovens e Adultos
|
Considera-se imperativo criar condições favoráveis
de acesso ao livro e à leitura para jovens e adultos que não tiveram acesso à
educação básica ou que tiveram, mas de forma intermitente ou mesmo
interrompida.
|
Necessidades Especiais
|
É fundamental garantir que pessoas com necessidades especiais tenham
acesso a livros e outros materiais de leitura, buscando valorizar a
publicação das obras em libras e em braille, bem como sua disponibilização nas
bibliotecas públicas e escolares.
|
Leitura para a Liberdade
|
É indispensável a garantia de que as pessoas
privadas de liberdade tenham acesso ao livro e à leitura. A ampla circulação
do livro e a real prática da leitura no sistema penitenciário do Distrito
Federal são um canal possível e fecundo de ressocialização dos presos e
transformação do ambiente prisional.
|
Meios Educativos
|
Defende-se a produção de meios educativos, sejam livros, periódicos e
demais materiais, que atendam às especificidades dos diversos públicos. O
Plano busca assegurar o acesso a bens culturais produzidos em diferentes
linguagens e suportes, sobre temas diversificados, gerados em diferentes
contextos culturais, para leitores de diversas faixas etárias, sejam eles
estudantes, professores, bibliotecários e demais membros da comunidade
escolar.
|
Letramento Informacional
|
Acredita-se numa perspectiva de ensino-aprendizagem
fundamentada nos processos cognitivos e sociais que possibilitem o
desenvolvimento das capacidades de busca e uso da informação, mediante a construção
de projetos de investigação em sala de aula e em bibliotecas públicas e escolares,
superando as formas tradicionais de ensino e aprendizagem, que privilegiam o
uso predominante dos livros didáticos, exposições orais e memorização
mecânica.
|
Estado da Questão
|
Políticas públicas para as áreas da leitura, do livro, da biblioteca,
da formação de mediadores e da literatura devem ter como ponto de partida o conhecimento
e a valorização do vasto repertório de debates, estudos, pesquisas,
contribuições e experiências diversas sobre a forma mais efetivas de formar
leitores e promover a leitura e o livro, existentes na esfera municipal,
estadual e nacional, implementados tanto pelo Poder Público como pelas
organizações sociais, atentando-se ainda, para o contexto internacional.
|
Políticas Públicas
|
Defende-se a produção de meios educativos, sejam
livros, periódicos e demais materiais, que atendam às especificidades dos
diversos públicos. O Plano busca assegurar o acesso a bens culturais produzidos
em diferentes linguagens e suportes, sobre temas diversificados, gerados em
diferentes contextos culturais, para leitores de diversas faixas etárias,
sejam eles estudantes, professores, bibliotecários e demais membros da
comunidade escolar.
|
Integração
|
O Plano é integrado aos demais setores da administração (Cultura,
Educação, Social, Meio Ambiente etc.), de modo a otimizar os esforços em prol
da leitura e do livro no Distrito Federal.
|
Autores Locais e o Mercado
|
A política para o livro e a leitura deve considerar
a criação literária e a promoção de autores locais, além de criar condições para
que a produção de livros aconteça de forma cada vez mais eficaz, barateando os
custos de produção e distribuição, eliminando gargalos e debilidades.
|
Cadeia Produtiva
|
O Plano busca contemplar as duas faces de um mesmo processo: tanto as
questões que envolvem a leitura e a democratização de seu acesso, quanto o
que se configura pelas dificuldades e desafios relativos à cadeia produtiva
do livro, buscando evitar as polarizações entre Estado e Mercado.
|
Avaliação Contínua
|
São necessários mecanismos contínuos de avaliação
do cumprimento de metas e execução dos programas e ações em curso de forma a
monitorar e verificar o alcance das iniciativas e os resultados obtidos,
permitindo ajustes e atualizações no processo.
|
Para saber mais do Plano, segue o link para acesso: http://www.cultura.df.gov.br/images/anexos/pdll.pdf
Bom dia! Muito feliz de descobrir seu blog! Sou psicóloga e biblioterapeuta. Acesse www.cristianaseixas.com. Lancei, em 2014, um livro chamado "Vivências em Biblioterapia: práticas do cuidado através da literatura". Tenho certeza que você vai se alimentar muito dele!
ResponderExcluir